quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O serviço e a glória

     Um monge cuidava da horta quando o anjo da morte chegou para busca-lo.
__Não dá para esperar um pouco? __Pediu-lhe o monge. __Meus companheiros precisam dessas verduras.
      O anjo consentiu e foi-se embora.
     Anos depois, o anjo da morte retornou e o monge limpava a cozinha, pois os cozinheiros estavam viajando.
__Será que não dá para deixar a minha partida para outra hora? __de novo o monge pediu. __A comunidade não vai dar conta desse serviço.
     O anjo concordou e se retirou.
     Meses depois, quando o anjo da morte voltou, uma terrível epidemia afligia a aldeia, e era o monge quem cuidava dos doentes. Mas dessa vez, nada pediu ao anjo, que compreendeu a situação e se retirou.
     Anos se passaram, e o monge, fraco e doente percebeu que o anjo da morte se aproximava.
__Que bom que voce não ficou aborrecido com meus adiamentos! __suspirou aliviado o monge. __Tive medo de que você tivesse desistido. Vai mesmo me levar para a glória eterna? O anjo levando-o para o céu, lhe respondeu: __Não sou eu que levo você para a glória... Você já estava lá há muito tempo.

Meninas e Meninos do Brasil

           Se fala muito da exploração sexual na infância e adolescência, um mal que assola nossa juventude dentre outros. Vejo notícias todos os dias, fazendo referência aos jovens e suas famìlias necessitadas. Uma carência total, que está na árvore genealógica dessas famílias e que o poder público continua se beneficiando, e aqui falo especificamnete da educação ou da total falta dela. Um processo burro, gerado e continuado por governos que não estão preocupados com os rumos do país e seus cidadãos. Um povo educado e instruido transforma e eleva um país, pois obriga os seus representantes legais a por em prática projetos que lhes deem um futuro de prosperidade, principalmente de valores.
           Ouço sempre que o Brasil é um país do futuro, e futuro sempre existirá, mas qual?. Nós já temos mais de 500 anos. Enquanto isso vamos vendo de geração em geração nossos jovens correrem riscos e sofrerem maus tratos, abusos que lhes tiram a perspectiva de futuro.Fico me perguntando por que as câmeras que mostram os corpos infantis, não alcançam o rosto daqueles que usam e abusam de nossas crianças. Estrangeiros ou brasileiros, são criminosos. Garotas nas margens de rodovias desse nosso país se vendendo por uns trocados, motoristas de todos os tipos de transportes usando-as como se estivessem fazendo uma caridade. Muitos são pais de família que deixam seus filhos em casa, e quando põem as mãos em uma criança ou jovem não pensam sequer que poderia ser um dos seus. Quando será que iremos olhar esses jovens como se fossem nossos filhos? O aliciador e o usuário de nossas meninas e meninos precisam ser expostos, se não para acabar, pelo menos para inibir tal prática infeliz. O jovem precisa se sentir valorizado, para dar valor àquilo que o torna pessoa , os adultos precisam entender que são responsáveis por cada um deles, parentes seus ou não, e o governo traz no seu papel promover condiçõs para que as famílias ao invés de expor e impor ao seus filhos tais situações, possam antes protege-los e amá-los. A igreja e parte da sociedade preocupada, tenta de alguma forma alertar os jovens, conscientizar  os pais para a necessidade de se cuidar melhor da nossa juventude.
           Aproveito para mandar uma mensagem aos jovens, pais e adultos de nossa comunidade Nova Metrópole, sejam curiosos, queiram saber mais. Participem da Semana da Juventude na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, cada dia será um tema que falará diretamente as nossas famílias.


                                                                                                

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

HOMENAGEM DE MINHA MÂE

    Pela passagem do meu aniversário no dia 07/10, minha mãe que adora fazer versos para homenagear as pessoas que ela considera, criou mais um, e para ser engraçado usou um canto a Nossa Senhora, especialmente aquele que a identifica por Nossa Senhora de Fátima. Reproduzirei.

A 07 de Outubro                 
nasceu a Maria
de Fátima que foi
a nossa alegria.

Avé, ave, ave Maria
Avé, ave, ave, Maria.

Cresceu a menina
muito comportada
foi sempre quieta
e muito calada.

Por ser a primeira
de nada gozou.
A criar os outros
à mãe ajudou.

Por não ter recursos
deixou sua casa.
E muito pequena
ela bateu asas.

Veio pra Fortaleza.
Viveu com seus manos,
e hoje completa
seus 50 anos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O CASARÃO

Ana olhava aquele sobrado, imaginando como seria por dentro, pois por fora já era diferente de tudo que ela havia visto. Era imponente, no meio da mata.  Ela o observava de uma longa distância, mas não tardou o dia em que ela visitaria o casarão. Ana foi na companhia de sua mãe, não sabia o que a mãe ia fazer lá, mas estava apreensiva, curiosa. O casarão era muito grande, tinha várias janelas,  todas fechadas e era cercado por currais. Nem de longe se parecia com a casa em que morava. Só tinha uma janela e duas portas, e as paredes não eram tão lisinhas e nem tinha esse lindo amarelo. Ana sabia algumas coisas sobre os donos. Eram ricos, tinham sítios, gado de leite, cavalos; eram donos de muitas terras, inclusive as em que Ana morava. A senhora da casa, ela nunca tinha visto, mas diziam que era boa pessoa, caridosa. Do marido diziam ser homem de poucas palavtras, altivo e que se irritava se visse alguem colher para si as frutas que caiam das arvores do sítio. Incapaz de um gesto de gentileza. Ana já o conhecia, pois de quando em vez passava por onde ela morava, era temido ou respeitado, ela não sabia. Tinha sempre um acompanhante, um enorme cão amarelo com pelos limpos e que pareciam macios. Todos tinham medo dele, e o povo falava que era o único ser que o homem amava de verdade. Diante daquela casa Ana e sua mãe chamaram, e alguém abriu um portão lateral. Era um vasto quintal limpinho, algumas galinhas, mas o que lhe chamou a atenção foi um enorme arbusto plantado no chão duro e coberto de flores pequenas e branquinhas, que exalavam um perfume maravilhoso. Esperaram sentadas em bancos de madeira até que a dona da casa viesse. Ela era idosa, gorda, e Ana reparou que tinha alguns pelos como se fossem bigodes, mas sorriu e cumprimentou sua mãe, e Ana pediu-lhe a benção;já que era costume do lugar os mais jovens os chamarem de tios. Levou-as para dentro, e enquento iam conversando Ana não perdia um só detalhe das salas e comodos e objetos, até deparar-se com algo que nunca tinha visto, embora Ana não tivesse visto muita coisa em sua vida.  Uma pequena sala só para ele, um enorme relógio que ultrapassava um homem em altura, com algo que balançava e fazia um estalido ritimado e que brilhava como ouro. E o som que fez ao dar a hora era suave e melódico que encantou Ana. Foram levadas a cozinha, e as serviram um café forte que tinha um aroma delicioso, bolachas e pedaçoas de queijo que Ana adorava. Ela reparou nas enormes panelas cheias de leite preparadas para fazer os queijos, natas e coalhadas.  Mas algo não saia da mente de Ana. Onde andava aquele animal? Com certeza com seu dono percorrendo as terras, e antes que ela terminasse  o pensamento o dono da casa entrou na cozinha e junto com ele o enorme cão. Ana ficou quietinha e não desviava o olhar e parecia que ambos homem e cão se entendiam muito bem. O senhor cumprimentou a mãe de Ana e saiu em seguida deixando algumas ordens para os empregados. Ana guardou por um bom tempo aquelas imagens, aqueles cheiros, mas principalmente o sentimento que havia entre seu dono e animal. E quando o cão aparecia no vilarejo em que morava, todos sabiam que o patrão estava na àrea. Tempos depois uma notícia abalou os moradores, a de que o senhor havia matado seu animal de estimação. E a história que todos contavam era que o cão havia mordido uma criança enquanto este comia. Esta criança era o neto do patrão. Não houvera razão para tal sacrifício, mas vindo de homen tão duro, não era de se estranhar. No final tinha alguém que ele amava mais que ao seu cão.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ponto final.

Vou começar falando não do conto, mas do ponto. Ponto final na poluição sonora e visual dos candidatos à próxima eleição. Ponto final a nossa dor auditiva, não só por causa das musiquinhas infelizes, mas também por ouvir promessas tão velhas quanto a minha avó; se eu ainda a tivesse. Ponto final a perplexidade no nosso olhar diante das toneladas de planfetos e papéis voando em todas as ruas, mas também por nos deparar com a cara de tantos que quase aos prantos e sem nenhum sentimento de veracidade no olhar e nas palavras prometem veemente mudar nossa vida. No dia 3 de Outubro é o ponto de partida para muitos que estão se lançando na carreira de político, carreira esta tão atraente que não tem aposentadoria. Seria de dar risadas se não fosse infame o candidato que só anda de jato se mostrar dirigindo carro popular, outro que a lingua embaralha as próprias palavras tentando nos aliciar pa mais seis, dez anos do não cumprimento de seus deveres.Mas é ai que começa o conto: o conto do vigário, o conto da carochinha, o conto contigo e o, não se preocupe, não conto a ninguém. E será que nós vamos continuar dormindo no ponto? Para pegar o ônibus, a senha , a fila, a folha? Ou será que vamos votar preocupados em dar um ponto  final a esta humilhação, a esta injustiça, a esse desserviço. Este também pode ser o ponto de partida pora nós eleitores. Contando, denunciando e não se corrompendo. Estou triste. O candidato que escolhi para votar não receberá meu voto. Vinte reais, o número do título e ainda boca de urna, para mim é o fim. Ponto final.