quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ponto final.

Vou começar falando não do conto, mas do ponto. Ponto final na poluição sonora e visual dos candidatos à próxima eleição. Ponto final a nossa dor auditiva, não só por causa das musiquinhas infelizes, mas também por ouvir promessas tão velhas quanto a minha avó; se eu ainda a tivesse. Ponto final a perplexidade no nosso olhar diante das toneladas de planfetos e papéis voando em todas as ruas, mas também por nos deparar com a cara de tantos que quase aos prantos e sem nenhum sentimento de veracidade no olhar e nas palavras prometem veemente mudar nossa vida. No dia 3 de Outubro é o ponto de partida para muitos que estão se lançando na carreira de político, carreira esta tão atraente que não tem aposentadoria. Seria de dar risadas se não fosse infame o candidato que só anda de jato se mostrar dirigindo carro popular, outro que a lingua embaralha as próprias palavras tentando nos aliciar pa mais seis, dez anos do não cumprimento de seus deveres.Mas é ai que começa o conto: o conto do vigário, o conto da carochinha, o conto contigo e o, não se preocupe, não conto a ninguém. E será que nós vamos continuar dormindo no ponto? Para pegar o ônibus, a senha , a fila, a folha? Ou será que vamos votar preocupados em dar um ponto  final a esta humilhação, a esta injustiça, a esse desserviço. Este também pode ser o ponto de partida pora nós eleitores. Contando, denunciando e não se corrompendo. Estou triste. O candidato que escolhi para votar não receberá meu voto. Vinte reais, o número do título e ainda boca de urna, para mim é o fim. Ponto final.